VIAGEM A ITÁLIA DA ASSOCIAÇÃO BESELGUENSE
Pelo oitavo ano consecutivo, a Associação Beselguense organizou mais uma viagem, desta vez a Itália, de 24 a 31 de julho.
1.º dia
Saídos da Beselga, rumámos ao aeroporto de Lisboa e partimos para Roma, para início da nossa aventura. Roma, uma imensa cidade monumento, com os seus 1300kms2 (Lisboa tem 100kms2), com os seus 3 milhões de habitantes e as suas 900 igrejas e capelas, sendo que 300 são igrejas monumentais e infindáveis monumentos. E lá fomos nós para a sua descoberta, a “tradicional” Roma Barroca. Por entre as “resmas” de turistas, chegámos à Fontana de Trevi. Valeu o esforço. Ruas e ruas depois, a Câmara de Comércio, uma notável recuperação arquitetónica da história. Mais adiante, o Panteão, e a sua imensa cúpula. Seguimos, e eis-nos chegados à Praça Navona com a sua célebre Fonte dos 4 rios: Danúbio, Nilo, Plata e Ganges, representativos dos 4 continentes conhecidos. Seguimos rumo ao hotel, passando inevitavelmente por locais históricos, como tudo em Roma. Mais uma viagem de longos minutos, como são sempre as viagens em Roma, por entre os 2 milhões de carros e motos desta cidade.
2.º dia
Foi o dia de conhecer Roma antiga. Depois do monumento em honra ao rei Vitor Emanuel II, 1º rei da jovem Itália, o Coliseu esperava por nós. E se o seu exterior é imponente, o seu interior ainda é mais. Visitado o Coliseu, seguiu-se a Basílica de Santa Maria Maior edificada em honra da mãe de Jesus Cristo. Diz a tradição, que no século III, o Papa Libério teve um sonho: que lhe terá surgido Nossa Senhora dizendo-lhe que queria que lhe fosse construída uma igreja em Roma, no local onde nevasse. E no dia 5 de agosto nevou em Roma. O Papa Libério percorreu então a cidade à procura do local onde teria nevado. Nesse local está agora esta Basílica. Daí a tradição de Nossa Senhora das Neves que se comemora no dia 5 de agosto.
Depois do almoço, visita às Catacumbas de São Calisto, onde pudemos reviver os primeiros tempos dos cristãos e as suas práticas. Em seguida, visita à Basílica de São Paulo extramuros, uma das 4 basílicas de Roma. Basílicas porque contêm relíquias: Basílica de S. Pedro (com os restos mortais de S. Pedro); Basílica de Santa Maria Maior (com os restos da manjedoura de Jesus Cristo), Basílica de São Paulo (com os restos mortais de São Paulo) e Basílica de São João de Latrão, por ser a 1ª igreja a ser edificada em toda a Europa. A Basílica de São Paulo é um notável exemplo de grandiosidade aliada a uma esmerada sobriedade. As suas imensas colunas de mármore e de alabastro; as imensas janelas revestidas com finas placas de alabastro translúcido; as 366 imagens de todos os papas da história da Igreja; o seu imenso baldaquino; o seu riquíssimo chão de mármore de diversas cores; e por fim os restos do túmulo de São Paulo.
3.º dia
Mais uma manhã para conhecer Roma. Passagem pelas Termas de Caracala, vista do Circo Máximo, enorme hipódromo, principal divertimento público nos tempos do império; passagem pelo Monte Aventino e pelo Rio Tibre através da ponte Sixto; vista do castelo de Sant’Angelo, fortaleza do vaticano; passagem pela rua Flamínia, a principal entrada dos peregrinos em Roma; passagem pela Vila Burghese, imensa propriedade de um dos filhos de um Papa e chegada à escadaria de acesso à Praça de Espanha, local mítico das grandes lojas de luxo. Depois de calcorreadas estas “míticas” ruas seguimos pela Via Marguta (rua verde) em direção à Praça do Povo onde fica a Basílica Menor de Santa Maria do Povo, paga pelos romanos para os peregrinos, onde se podem observar as pinturas de Caravagio.
Depois do almoço, visita aos museus e jardins do Vaticano, o mais pequeno estado do mundo, com apenas 44 hectares. São 8 kms de galerias e corredores com objetos, esculturas, tapeçarias, um infindável mundo artístico de várias latitudes e épocas. E claro… a indispensável visita à Capela Sistina e às pinturas de Miguel Ângelo. A seguir, a deslumbrante Basílica de S. Pedro, a maior do mundo: a sua Porta Sagrada (encerrada); a Pietá de Miguel Ângelo; o seu enorme baldaquino; os túmulos dos vários papas; a exuberância da sua decoração e sobretudo a enormidade da sua construção. À saída, passagem pela Praça de S. Pedro para mais umas quantas explicações sobre as tradições deste estado. No regresso, ainda houve tempo para uma breve “incursão” no centro comercial ao lado do nosso hotel.
4.º dia
Partida de Roma em direção a Assis, terra natal de São Francisco. Nesta cidade visitámos a Basílica inferior com o respetivo túmulo e a Basílica superior com as extraordinárias pinturas de Giotto. Mais um imponente conjunto arquitetónico edificado sobre a vertente de um monte com umas vistas deslumbrantes. Por entre ruas e ruelas inclinadas, 24 igrejas foram construídas ao longo dos tempos. Assis, foi sem dúvida um dos locais mais preservados e intactos que visitámos.
Almoço em Assis e partida para Siena. Siena que deve o seu nome a Senio, filho de Remo um dos fundadores de Roma juntamente com o seu irmão Rómulo. Reza a lenda que depois de Rómulo ter morto o seu irmão Remo, o filho deste, com medo do tio, terá fugido e fundado esta cidade. Siena é sobejamente conhecida pela sua corrida anual de cavalos, entre os vários bairros da cidade e que se realiza na sua praça monumental, local de visita obrigatória. Como obrigatória é a visita à sua catedral e sobretudo ao espaço que “ocuparia” a totalidade da catedral, impedida de ser construída pela família Médicis de Florença que governou também Siena, com “inveja” de esta catedral ser mais deslumbrante que a de Florença. Partida de Siena e chegada ao fim da tarde a Florença com passagem pelo lago Trasimeno, o maior lago do centro de Itália.
5.º dia
Florença, berço do renascimento, foi entre 1300 e 1400 a cidade mais importante e rica de Itália. Começámos a nossa visita pela sua impressionante catedral, toda revestida a mármore e que levou 470 anos a ser construída. A sua cúpula e torre adjacente (torre de Giotto) são obras admiráveis. Mesmo em frente o Batistério com a sua “Porta do Paraíso” e os seus 10 painéis em relevo, impressionam. Segue-se a Praça da República (antigo fórum romano) mais umas ruas e monumentos e desembocamos na imensa praça onde se encontra o célebre Palácio Vechio da família Médicis, nome incontornável desta cidade. Em frente, as inúmeras estátuas, reflexo do esplendor desta cidade. E mais monumentos e mais ruas, até chegarmos à Ponte Vechio, um dos símbolos de Florença.
Depois do almoço, visita à Capela dos Médicis e ao deslumbramento do seu interior. Segue-se a Capela de S. Lorenzo, o Palácio Médicis Ricardo até chegarmos à Galeria da Academia. Mais uma multidão para ver os trabalhos de Miguel Ângelo e sobretudo o seu David, obra máxima da escultura. E mais quadros e mais obras de arte, um repositório da arte italiana ao longo dos séculos.
6.º dia
Saída para Pisa. Pelo caminho atravessamos os Apeninos e mais além veem-se os Alpes. No encontro destes montes, extrai-se o mármore que tem alimentado a beleza de Itália, da arquitetura à escultura. Ao longo da estrada, quilómetros e quilómetros de plantações/estufas de plantas e árvores ornamentais, num número inimaginável. Chegamos a Pisa e às suas plantações de manjericão (daí, a pasta al pesto, típico desta cidade) e entramos pela Porta dos Peregrinos no Campo dos Milagres. Erguem-se aí das mais famosas construções de Itália: o Batistério, a Catedral e mais ao fundo a célebre torre inclinada, com quase 5 metros de diferença entre o topo e a base. Por detrás deste conjunto, o Campo Santo, notável cemitério com terra vinda da Terra Santa.
Depois do almoço, viagem para Pádua, cidade onde repousa o “nosso” Santo António, ou Santo António de Padova e que os italianos carinhosamente dizem ser deles. Visita à Basílica Pontifícia de Santo António, ao túmulo e às suas relíquias com passagem pelos claustros desta imponente construção.
Seguimos viagem até perto de Veneza.
7.º dia
Pela manhã, ida até Veneza, com passagem pela ponte que dá acesso a uma das ilhas. Chegamos a um outro mundo. Veneza são 118 ilhas, 177 canais e 400 pontes. Um número infindável de estacas de madeira cravadas no fundo da lagoa e que os venezianos ao longo dos tempos foram sobre elas, construindo as suas ilhas. Tudo gira à volta da água: os transportes públicos são de barco, o táxi é de barco, o transporte do lixo é de barco e até a “carreta” é de barco. A nossa visita começa por uma viagem no tradicional Vaporetto até à Praça de S. Marcos, cartão-de-visita da cidade e passagem pelos locais emblemáticos: as várias pontes, a ponte dos suspiros, o Palácio Ducal, a Catedral, a torre sineira (que em tempos foi um farol) e claro, a visita à fábrica de cristal de Murano. A seguir, a inesquecível viagem de gôndola, com música ao vivo e um belo “cantante”. Mas muito haveria que contar sobre Veneza, mas o melhor será sempre visitá-la.
Depois do almoço em Veneza, partida novamente no Vaporetto e viagem de autocarro até Milão atravessando a zona mais industrial de Itália.
8.º dia
Milão, capital da Lombardia e centro da moda italiana, distingue-se das restantes cidades que visitámos por ser a mais “europeísta”, com edifícios modernos, na prática, a capital industrial e comercial de Itália. Logo pela manhã, começámos por percorrer algumas das zonas mais emblemáticas da cidade, seguindo-se a visita ao Castelo Sforzezo. O local seguinte foi a Praça do Município onde se encontra o famoso Teatro Scala, a famosa galeria comercial Vitor Emanuel II, chegando nós finalmente à praça onde se encontra a Catedral, o Duomo. Mais um monumento arrebatador com as suas 3400 estátuas, os seus infindáveis mármores e os seus impressionantes vitrais. Depois de algumas compras, o almoço.
Depois do almoço, viagem até ao aeroporto e regresso à nossa terra.
Foram oito dias de viagem, percorremos várias cidades e várias regiões, vimos e vivemos momentos fantásticos, mas fica-nos sempre a ideia de que muito mais haveria para ver neste país.
Mas o mundo é muito grande e haverá sempre outros locais extraordinários para visitar. E aqui fica já a sugestão: para o próximo ano a nossa viagem será até à Polónia – novas gentes, novas culturas e novas histórias.