Viagem aos Açores da Associação Beselguense
Pelo sétimo ano consecutivo, a Associação Beselguense organizou mais uma viagem. Depois de termos estado em locais tão diferentes como Marrocos, Madeira, Israel, Roma, Lourdes e várias regiões de Espanha, desta vez o destino escolhido foram os Açores. Essas ilhas fantásticas “perdidas” no oceano atlântico e povoadas pelos portugueses a partir de meados do século XV. Apesar dos Açores terem 9 ilhas, as escolhidas para esta viagem foram 2: São Miguel e Terceira.
1.º dia – Saídos da Beselga manhã bem cedo, rumámos ao Porto onde embarcámos no avião com destino a Ponta Delgada, ilha de São Miguel e capital dos Açores. Feito o transfere para o hotel, distribuídos os quartos e depositadas as malas, saímos para uma visita guiada, a pé, por esta cidade. As explicações do guia versavam diversos temas: a história local a par da história do país, o povoamento do território e os seus aspetos, a sociedade insular, as diferenças de ilha para ilha e as suas “rivalidades” e, claro, a lava e os vulcões, os tremores de terra e as diferentes rochas e tudo o que contribuiu para a singularidade desta região. E lá íamos percorrendo o centro histórico e as suas ruas, como que esquecidas no tempo. A Sé Catedral e a sua imponência, o pórtico da entrada da cidade, o porto, a marina, várias praças e naturalmente algumas das mais majestosas igrejas e os seus tesouros. Regressados ao hotel, seguiu-se o jantar. Antes de dormir (para os mais corajosos) mais um passeio à beira-mar para apreciar a animação noturna desta cidade. Nas várias praças, concertos ao ar livre nos mais variados estilos musicais. Percorrendo a marina, mais animação e mais conjuntos em descontraídas atuações. E até na mais recôndita praceta um “improvisado” conjunto animava os transeuntes no seu regresso ao hotel, fazendo recordar, a “movida” das cidades espanholas.
2.º dia – Os dias nas ilhas correm ao sabor do tempo e do que ele permite. Chuva ou não. Nevoeiro ou não. Entre o sim e o não vai-se vivendo, esperando sempre pelo sim e tentando evitar o não. E connosco também assim foi, algumas vezes, tentando evitar o nevoeiro para melhor se poder observar/contemplar as magníficas paisagens. Neste dia, começámos por uma ida até à Ribeira Grande onde observámos o centro da localidade, o “rescaldo” (também aqui) de uma feira medieval e uma ida (claro) a uma loja de licores tradicionais açorianos. Depois das provas, a compra das tradicionais “lembranças ao litro” e mais alguns “souvenirs”. Continuação da viagem com a subida ao monte e passagem pela central geotérmica que fornece boa parte da eletricidade da ilha. Subida por entre uma vegetação diversificada e típica dos Açores e sempre, sempre rodeados por quilómetros de hortênsias, qual estrada engalanada, até ao ponto em que vislumbra outra paisagem fantástica. Lá em baixo, a Lagoa do Fogo, uma imensa cratera transformada numa enorme lagoa. E contemplamos. De um lado, o mar lá ao fundo. Do outro lado, também o mar lá mais adiante, E nós no meio, com a Lagoa aos nossos pés. Seguimos viagem até às Furnas: fumarolas que nascem no chão, águas ferventes e borbulhantes que brotam das várias caldeiras, barulhos medonhos das profundezas da terra, cheiros diferentes, paisagens nunca vistas com águas de diferentes sabores. E provamos. O sabor é intenso, sabor a ferro e a magnésio – mal não deve fazer! Prosseguimos. Do cimo de outro monte vislumbramos lá no fundo mais uma lagoa, a Lagoa das Furnas com a sua cor esverdeada de vários matizes, fruto da intervenção humana. Numa das extremidades da Lagoa, enterrado, está o nosso almoço, o célebre cozido das Furnas. Enterrados os enormes tachos por 6 horas, são agora retirados à vista de todos, seguindo depois para os restaurantes locais. Mas antes, percorremos o local. Mais fumarolas, mais água fervente e borbulhante e também, lama cinzenta e fumegante que brota da terra, qual filme fantasmagórico. Depois do almoço, depois do cozido e com outro ânimo, visita ao célebre Parque Terra Nostra. Hectares e hectares de pura imaginação, com plantas dos vários cantos do mundo, lagos pejados de peixes, plantas exóticas e a enorme piscina natural de água quente. Local paradisíaco e obrigatório de visitar. Seguimos viagem, subida a outro monte, outras hortênsias e outras flores e nova vista sobre a Lagoa das Furnas. Passagem por outros miradouros junto à costa e contemplação da paisagem. Visita à única plantação de chá de toda a europa e á fábrica dos chás Gorreana. Explicação sobre os vários tipos de chás, suas características e modos de produção. Degustação de chás. Regresso ao hotel e nova saída para jantar num restaurante local com a típica gastronomia açoriana. No final do jantar, atuação de um grupo de folclore açoriano com as suas danças e cantares e que de uma forma muito emotiva nos contagiou a todos. Depois do jantar, e para os mais “resistentes”, continuação do passeio noturno.
3.º dia – Pela manhã, visita a uma estufa de ananases onde pudemos observar as diferentes fases de crescimento deste fruto nas várias estufas existentes. Subida da serra para observação da célebre Lagoa das Sete Cidades, ex-libris dos Açores. Se a intenção foi boa, o resultado, nem por isso. O senhor nevoeiro e a senhora chuva não quiseram que assim fosse. Descidos da serra, junto à Lagoa, o cenário foi quase o mesmo, pouco se vislumbrava por entre o nevoeiro. Seguimos viagem por entre mais hortênsias e localidades “perdidas no tempo” com as suas casas de arquitetura tradicional e que “teimosamente” resistem às modernices de agora. Chegamos novamente ao aeroporto e despedimo-nos de São Miguel, rumando em seguida para a Ilha Terceira.
Chegada e transfere para o hotel em Angra do Heroísmo. Almoço em restaurante local com algumas “surpresas“ bem-humoradas. Em seguida, visita da capital da Ilha Terceira: o centro histórico (património da humanidade), sé catedral, paços do concelho e os seus salões, jardim botânico e regresso ao hotel para jantar. Depois do jantar, a “tradicional” saída para apreciar a animação noturna junto à marina de Angra do Heroísmo.
4.º dia – Subida ao Monte Brasil, elevação sobranceira a Angra do Heroísmo para apreciar a paisagem e explicação sobre este local, a sua história e o esquema de defesa da ilha aquando da 2ª guerra mundial. Passeio junto à costa e visita de uma vila no interior da ilha. Continuação da viagem e chegada à cidade da Praia da Vitória, segunda cidade da ilha. Visita das suas ruas, da zona junto à praia e subida ao miradouro sobre a cidade. Continuação da viagem e subida à Serra do Cume para finalmente se poder apreciar uma das mais fantásticas vistas que os Açores nos oferecem. Uma imensa cratera verdejante, tal como uma manta de retalhos, onde centenas/milhares de vacas vivem pachorrentamente, ladeadas pelos inúmeros muros que os homens foram construindo ao longo dos tempos. Seguimos, para almoçarmos a tradicional “alcatra regional” – uma espécie de chanfana cozinhada numa caçoila de barro, só que, com carne de vaca (naturalmente). Devidamente refeitos, prosseguimos viagem. No trajeto, junto à estrada, deparamo-nos com uma recolha e escolha de touros para uma tourada à corda. Escolhidos os animais, há que acondicioná-los numas “jaulas” próprias para o efeito. E lá seguiram os touros e os vários carros engalanados a apitar, tal como se de um casamento se tratasse. E nós também seguimos, para mais uma extraordinária visita – o Algar do Carvão. Uma cratera de um extinto vulcão, acessível através de um imenso túnel que desemboca num local fantástico. Esperam-nos mais 338 degraus para chegarmos ao fundo da cratera. Por cima de nós, estranhas paredes, um imenso buraco por onde trespassa uma réstia de luz e pingas de água, muitas pingas, que nos “refrescam” o espírito e o corpo. Saídos das profundezas da terra, regressamos ao nosso hotel em Angra do Heroísmo. Antes do jantar, para os mais afoitos, um mergulho na piscina ou no mar, junto ao hotel. Depois do jantar, há que “esticar as pernas” e aproveitar as oportunidades que a vida nos dá.
5.º dia – É o último dia! Mas antes, há que ver o mar de perto. Saídos do hotel, dirigimo-nos à marina onde embarcámos numa viagem para apreciarmos de perto o Ilhéu das Cabras. Vestígios de um antigo vulcão, que o tempo se encarregou de “partir” em vários pedaços e dos quais só restam duas formações rochosas. Zona protegida e “habitada” apenas por algumas cabras que antigamente para lá eram transportadas e lá viviam durante o inverno. Atualmente, apenas os pássaros “têm permissão” para lá viver. Visto o ilhéu, entrámos mar dentro, em busca de algo mais. E finalmente avistámo-los. Golfinhos, que ao redor do barco nadavam e saltavam para satisfação de todos, como se eles soubessem que nós os tínhamos ido visitar de propósito. Regressados ao hotel, foi altura de fechar as malas, almoçar e dirigirmo-nos para o aeroporto das Lajes, para o regresso ao continente, a Lisboa e outra vez a Beselga.
Da viagem, ficaram as lembranças de uns dias de convívio fantástico entre todos, ficou a sensação de “pouco”, ficou a vontade de lá querer regressar, ficou o desejo de conhecer outras ilhas e outros encantos, e ficou, sobretudo, o fascínio por aquelas ilhas e por aquele povo. E se porventura alguém perguntar, qual um destino para umas férias, a resposta será sem dúvida – os Açores.
Quanto a nós, Associação Beselguense e as nossas viagens, aqui ficam as sugestões para o próximo ano de 2017. No fim-de-semana do 1.º de maio (já que coincide com uma 2ª feira) iremos até Madrid para conhecer essa cidade fantástica e a sua animação. Visitaremos também o Monasterio de la Piedra e o seu Parque Natural. Serão três dias de viagem, com uma noite em Madrid e uma noite no antigo mosteiro. Para o verão, como de costume no final de julho, iremos fazer o circuito italiano. Voaremos até Veneza onde visitaremos esta cidade e os seus canais, seguindo-se Pádua (do nosso Stº. António), Florença, Assis, Roma, o Vaticano e mais alguns locais. Será possivelmente mais uma viagem inesquecível, e pelas intenções/inscrições já efetuadas, será uma viagem muito procurada por todos.