Viagem a Jerusalém e à Terra Santa
Associação Humanitária Cultural e Recreativa Beselguense
Data do Evento
24 de julho a 01 de agosto de 2014
Local
Beselga – Penedono
1.º dia - 24 de Julho (4ª feira): BESELGA / LISBOA / BRUXELAS / HAIFA
Partida às 7H00 em autocarro de turismo em direção ao aeroporto da Portela em Lisboa. Cumprimento das formalidades de check-in em voo de carreira regular da Brussels Airlines com partida prevista para as 14h25 com destino a Bruxelas. Mudança de avião e partida em voo de carreira regular da Brussels Airlines com destino a Israel. Chegada prevista para as 00h20 (hora local / +2 horas) ao aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv. Cumprimento das formalidades alfandegárias de desembarque e recolha da bagagem. Assistência e transporte do aeroporto ao Hotel Dan Panorama em Haifa (ou similar). Alojamento.
2.º dia - 25 de Julho (5ª feira): HAIFA / CESAREIA / ACRE / TIBERÍADES
Pequeno-almoço no hotel. Em hora a determinar, partida para visita a Cesareia, visitando o Teatro Romano. Retorno para Haifa. Subida ao Monte Carmelo e visita da Gruta de Elias e Convento de Stela Maris. Almoço em restaurante local. Continuação para Acre. Chegada a Tiberíades. Jantar e alojamento no Hotel Golan (ou similar).
3.º dia - 26 de Julho (6ª feira): TIBERÍADES / CAFARNAUM / MONTE TABOR / TIBERÍADES
Pequeno-almoço no hotel e partida para visita à zona de Cafarnaum. Subida ao Monte das Bem Aventuranças, Tabga (Igreja da Multiplicação dos Pães e dos Peixes), Igreja do Primado. Visita à Cidade de Jesus (Sinagoga, Casa de S. Pedro). Almoço. Regresso a Tiberíades em barco. Partida em direção ao Monte Tabor. Subida em táxis e visita da Igreja da Transfiguração. Regresso ao autocarro e partida para junto do Rio Jordão onde evocaremos o Baptismo de Jesus. Regresso ao hotel. Jantar e alojamento.
4.º dia - 27 de Julho (sábado): TIBERÍADES / NAZARÉ / MAR MORTO / JERUSALÉM
Após o pequeno-almoço, partida para Canã onde lembraremos o primeiro milagre de Jesus. Continuação para Nazaré. Chegada e visita à Basílica da Anunciação e Igreja de S. José. Continuação da viagem para visita à zona do Mar Morto. Almoço. Poderá observar as Grutas de Kum Ram que nos lembram os manuscritos do Mar Morto. Partida para Jerusalém. Chegada e vista panorâmica no cimo do Monte Scopus, da Cidade Santa. Jantar e alojamento no Hotel Grand Court (ou similar).
5.º dia - 28 de Julho (domingo): JERUSALÉM
Após o pequeno-almoço, partida para o Monte das Oliveiras onde observaremos uma magnífica vista da Cidade Santa. Visita à Capela da Ascensão, Igreja do Pater Noster, Igreja Dominus Flevit. (Descida a pé). Chegada à Igreja das Nações e visita ao Túmulo da Virgem e Gruta da Traição. Almoço. Da parte da tarde visita ao Monte Sião, Cenáculo, Túmulo do Rei David e Igreja da Dormição. Regresso ao hotel. Jantar e alojamento.
6.º dia - 29 de Julho (2ª feira): JERUSALÉM
Após o pequeno-almoço, partida em autocarro para visitar o Muro das Lamentações. Continuação para se iniciar a Via Sacra. Igreja de Santa Ana, Piscina Probática, Litostrotos, Arco Ecce Homo e restantes estações até ao Santo Sepulcro. Almoço. De tarde, visita à nova Knesset (Parlamento), Maqueta da Cidade no Tempo de Cristo, Grande Candelabro, Grande Sinagoga. Regresso ao hotel. Jantar e alojamento.
7.º dia - 30 de Julho (3ª feira): JERUSALÉM / EIN KAREM / BELÉM / JERUSALÉM
Após o pequeno-almoço, partida em direção a Ein Karen, visita da Igreja da Visitação e o lugar do nascimento de São João Baptista. Continuação para Belém, visita da Igreja da Natividade e Igreja de Santa Catarina. Almoço. Transporte às Portas de Jaffa, tempo livre no bairro Árabe. Regresso em autocarro ao hotel. Jantar e alojamento.
8.º dia - 31 de Julho (4ª feira): JERUSALÉM / TEL AVIV
Após o pequeno-almoço no hotel, visita ao Museu do Holocausto – o novo Yad Vashem, museu memorial aos 6 milhões de judeus que morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Continuação para Jaffa. Visita da Igreja de S. Pedro. Continuação da viagem para Tel Aviv. Almoço em restaurante local. Após esta refeição, tempo livre para visitas e actividades de caráter pessoal no centro de Tel Aviv. O jantar será servido em restaurante local. Após esta refeição, saída do restaurante em direção ao aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv.
9.º dia - 01 de Agosto (5ª feira): TEL AVIV / BRUXELAS / LISBOA / BESELGA
Cumprimento das formalidades de check-in em voo de carreira regular da Brussels Airlines com partida prevista para as 01h20 (já dia 1 de Agosto) com destino a Bruxelas. Mudança de avião e continuação da viagem em voo de carreira regular da Brussels Airlines com destino a Portugal. Chegada prevista ao aeroporto da Portela, em Lisboa, para as 13h45. Cumprimento das formalidades alfandegárias de desembarque e recolha da bagagem. Transporte em autocarro de turismo desde o aeroporto de Lisboa até à Beselga.
Preço Inclui
– Viagem em autocarro de turismo Beselga / Lisboa / Beselga;
– Viagem de avião Lisboa / Bruxelas / Telavive / Bruxelas / Lisboa em carreira regular da Brussels Airlines em classe económica com direito ao transporte de 1 mala no porão (até 20 kg) e de 1 mala de mão na cabina do avião;
– Taxas de aeroporto, de segurança e de combustível;
– Transporte em autocarro de turismo do aeroporto ao hotel seleccionado e vice-versa, com acompanhamento de guia local em português ou em espanhol;
– Visitas de acordo com o mencionado no presente programa acompanhadas por guia local em português ou em espanhol;
– Estadia de 7 noites em hotéis de 4**** com pequeno-almoço;
– 7 almoços e 1 jantar em restaurantes locais de menu fixo e 6 jantares em hotéis durante todo o percurso (bebidas não incluídas);
– Taxas de turismo, de serviço e de IVA;
– Serviço de bagageiros nos hotéis (1 mala por pessoa);
– Seguro de assistência médica em viagem.
- As inscrições decorrerão até dia 2 de novembro de 2020, estando limitadas a 650 participantes (serão atribuídos os frontais mediante a recepção do comprovativo de pagamento). Quem tiver a inscrição regularizada nesta data terá direito a frontal personalizado com o nome.
O preenchimento do Formulário que a seguir se apresenta é da exclusiva responsabilidade do participante.
Alertamos que em caso de preenchimento incompleto ou incorreto poderá comprometer-se o normal desenrolar da prova, nomeadamente no que diz respeito ao Seguro de Acidentes Pessoais.
Por favor, confira os seus dados antes de submeter a sua inscrição!
Crónica de Viagem
Mais uma vez, a Associação Beselguense realizou a sua tradicional viagem anual. Desta vez o destino foi Jerusalém e a Terra Santa, território mítico que tem suscitado paixões ao longo dos tempos. Terra de várias encruzilhadas, de povos e de civilizações que se têm guerreado desde sempre por um escasso pedaço de terra. Terra Santa para as três grandes religiões – Judaísmo, Cristianismo e Islamismo – que ao longo dos séculos têm tentado conviver no mesmo território. Lugar santo, pois dele emana as nossas crenças, o nosso imaginário, aquilo de que sempre ouvimos falar mas que na (da) realidade pouco ou nada sabemos. Ideias feitas, muitas vezes erradas, de uma realidade completamente diferente daquela que julgamos saber.
Mas vamos à viagem, que decorreu de 24 de julho a 1 de agosto.
1º DIA
Saídos da Beselga, rumámos ao aeroporto de Lisboa, de onde voámos até Bruxelas onde voltámos a embarcar para finalmente chegarmos a Tel Aviv. Longe vão os tempos em que a TAP voava diretamente para Israel. Jovem país que este ano comemora os seus 65 anos de existência como nação independente. País com cerca de 8 milhões de habitantes, sendo a sua maioria judeus, regressados dos quatro cantos do mundo a partir do início do século XX. Nós, os 37 vindos de Portugal, chegados a Tel Aviv, rumámos a norte, até Haifa, 3ª cidade de Israel situada junto ao mediterrâneo. Aí dormimos num hotel situado no monte Carmelo com uma soberba vista sobre a baía de Haifa. A nossa ida até Haifa ficou a dever-se à realização das Macabíadas, realização desportiva que se realiza em Israel de 4 em 4 anos para atletas vindos de todo o mundo.
2º DIA
Após o primeiro contacto com um (excelente) pequeno-almoço do médio oriente, partimos à descoberta. Ainda em Haifa, visitámos os jardins do Templo Bahai, o convento de Stela Maris, a gruta de Elias e o Monte Carmelo. Viajámos em seguida até Cesareia, junto ao mar, tendo atravessado a planície costeira com as suas imensas e originais plantações de bananeiras, (só vendo) e de culturas várias. Cesareia, com o seu porto, mandado construir por Herodes o Grande, é um exemplo de uma conceção visionária para o seu tempo de desenvolvimento. Visitadas as ruínas e o aqueduto de 14 quilómetros que abastecia a cidade, após o almoço dirigimo-nos a Acre. Esta cidade foi a sede dos cruzados da Ordem dos Hospitalários. Fortaleza notável com os seus magníficos salões onde se albergavam centenas de soldados/cruzados. Derrotados e expulsos os cruzados, parte da fortaleza foi destruída e soterrada. Vêem-se agora os resultados das escavações e da recuperação daquele espaço. Após a visita, atravessámos a Galileia e dirigimo-nos para Tiberíades junto ao mar da Galileia. Uma nova realidade – um imenso lago, alimentado pelo rio Jordão, situado 214 metros abaixo do nível do mar. Instalados no hotel, depois de um mergulho na piscina e de um jantar com variadíssimas iguarias, ainda houve tempo à noite para um passeio pela cidade de Tiberíades. Uma nova cultura, com parte da sua população de judeus observantes, mais tradicionalistas, seguindo os seus preceitos religiosos – fato e sapatos pretos, camisa branca, kipá na cabeça, indumentária habitual para os sete dias da semana. Elas, de saia comprida, lenço na cabeça, jovens mães mas já com meia dúzia de filhos. Cidade calma, pacífica, onde cada um vive a sua vida, ao seu estilo, sem recriminações.
3º DIA
Logo pela manhã, a “inevitável” travessia de barco do mar da Galileia. Experiência inesquecível, devidamente “ilustrada” pelas inúmeras explicações históricas e bíblicas deste local. Partida de Tiberíades e chegada ao kibutz Ginosar – espécie de cooperativa de várias famílias que exploram a terra e se dedicam a várias atividades. Diga-se que em Israel não existem latifundiários. O máximo que cada pessoa pode possuir são três hectares de terra. Daí, o elevado número de kibutz, nos quais várias famílias se organizam e se dedicam à exploração agrícola (desenvolvidíssima) e a outras atividades, inclusive o turismo. Desembarcados, subimos até à Igreja das Bem Aventuranças e aos seus belos jardins. Seguimos até à igreja que evoca a multiplicação dos pães e dos peixes e mesmo junto à beira-mar visitámos a igreja do Primado de S. Pedro. Excelente lugar para nos refrescarmos um pouco no mar da Galileia. Prosseguimos para Cafarnaum, terra natal de S. Pedro, onde visitámos as suas ruínas e a igreja edificada sobre estas, como que suspensa, deixando ver no seu interior a antiga casa de S. Pedro. À saída, visita das ruínas da antiga sinagoga desta povoação, perdida no tempo. O almoço foi-nos servido junto ao mar da Galileia num belo e aprazível local. Na ementa – peixe do mar da Galileia e outras iguarias. Peixe este a lembrar-nos outras histórias. Após o almoço, ida até à igreja da Transfiguração, no cimo do monte Tabor, de onde se avista uma incrível paisagem sobre o vale fértil, irrigado com água do mar da Galileia que é para aqui bombeada. Notável obra de engenharia que conseguiu transformar o deserto num oásis verdejante. Descidos do monte, dirigimo-nos para Canã onde visitámos esta localidade e a igreja evocativa do milagre do vinho. Tempo ainda para brindarmos com vinho de Canã. A seguir viajámos até Nazaré onde visitámos a Basílica da Anunciação, obra moderna e grandiosa, onde vários países quiseram estar presentes na sua edificação/decoração através dos seus belos mosaicos. Visita ainda da igreja de S. Pedro nesta localidade com forte influência muçulmana. Regressámos a Tiberíades onde pernoitámos.
4º DIA
Partida pela manhã para o rio Jordão, para o tradicional local do batismo bíblico. Chegados ao kibutz de Kineret nas margens do Jordão, todo o grupo aproveitou para mergulhar os pés nestas águas, apreciar a beleza local e “permitir” que os pequenos peixes do rio “debicassem” os pés de cada um. Experiência inesquecível. Seguimos viagem ao longo do rio Jordão, junto à fronteira com a Jordânia, onde pudemos ver o tipo de vedação fronteiriça que separa os dois países. Uma interminável rede com sensores eletrónicos, capazes de detetar eventuais intromissões. E o verde ia dando lugar ao castanho. Das planícies verdejantes passámos para o deserto da Judeia, lugar quase inóspito, de quando em vez, polvilhado com pequeníssimas localidades e alguns kibutz de explorações agrícolas, sobretudo plantações de palmeiras tamareiras, aos milhares, devidamente irrigadas gota-a-gota. E eis que chegámos ao lendário Mar Morto – 420 metros abaixo do nível do mar. Lugar único com uma concentração de sal 8 vezes superior à água do mar, água “salgadíssima” que permite experiências únicas, como flutuar sem dificuldade, pois a concentração de sal é tal que é impossível alguém afogar-se. Depois de banhados e devidamente “enlameados” com a lama do Mar Morto, seguiu-se o almoço à beira-mar. Retomámos a viagem para sul, em direção a Qumran, local onde foram descobertos os célebres manuscritos do mar Morto. Local inóspito, muito quente, onde pudemos observar as escavações da antiga civilização dos Essénios, povo que vivia no deserto e que há 3000 anos se dedicava ao estudo e à transcrição de textos. Absolutamente notável, era a forma como conseguiam sobreviver neste local sem água, tendo construído uma conduta que recolhia a água das chuvas que escorria de Jerusalém no inverno, a cerca de 30 quilómetros. Prosseguimos para Jericó, a cidade mais antiga do mundo, situada em pleno deserto e que se mantém viva há cerca de 7000 anos ininterruptamente, devido a duas nascentes de água que brotam do deserto. Cidade maioritariamente muçulmana, onde pudemos observar o Monte das Tentações, o seu casario e estilo de vida. Depois de Jericó, iniciámos a subida até Jerusalém, 800 metros acima do nível do mar. Chegados a Jerusalém passámos pelo Monte Scopus e dirigimo-nos ao Monte das Oliveiras. Daqui observámos uma magnífica paisagem da cidade, três vezes santa. Jerusalém – 50 vezes cercada, 35 vezes conquistada e 10 vezes destruída. Ao fundo, as muralhas da Cidade Velha edificadas por Herodes o Grande, no cimo das muralhas, a cúpula dourada da Mesquita, ao seu lado esquerdo a mesquita de Al-Aqsa, mais para a esquerda o Monte Sião e a meio das muralhas a Porta Dourada por onde terá entrado Jesus e mandada encerrar às ordens de um qualquer sultão que ocupou este território. Entre a Cidade Velha e o Monte das Oliveiras, avistamos o Vale de Jofá com as suas inúmeras sepulturas, centenas, milhares, que ao longo dos tempos aí foram ficando. Observada a paisagem, é tempo de celebrar a chegada à Cidade Santa. Brindámos com vinho licoroso de Canã, servido em pequenos cálices de madeira de oliveira. O pôr-do-sol bate nas pedras brancas de calcário das casas de Jerusalém e reflete-o – Jerusalém a cidade dourada.
Chegámos ao hotel, magnífico, e nova surpresa. É sábado, dia santo para os judeus que o respeitam escrupulosamente. Só ao fim da tarde é que começam a deixar os quartos com os seus inúmeros filhos. Esperamos calmamente pelos quartos e nova surpresa, os elevadores estão programados para pararem em todos os andares, para que os judeus tradicionalistas não tenham de carregar nos botões. “Coisas” que aprendemos. Saciada a fome no imenso restaurante com a sua fantástica oferta de cores e sabores, partimos para a descoberta da Cidade Velha. Transposta a Porta de Damasco, aventuramo-nos noite dentro no bairro árabe com as suas infindáveis ruas de comércio. É outro mundo, uma “explosão” de sons estranhos e costumes diferentes, é noite, mas é como se fosse dia, já que estamos em pleno Ramadão.
5º DIA
Partimos para a visita à Grande Sinagoga de Jerusalém, passámos pelas imediações do Knesset (parlamento) e chegámos ao Museu de Israel onde observámos uma maquete gigante da antiga cidade de Jerusalém ao tempo de Herodes o Grande. Ouvimos as explicações, sobretudo sobre a construção do 2º Templo, destruído posteriormente pelo Império Romano. Seguimos até Ein Karen nas imediações de Jerusalém para visitarmos a Igreja da Visitação de Nossa Senhora à sua prima. Visitamos nas imediações a igreja de S. João Batista. Seguimos viagem até Belém, apenas a alguns quilómetros. À entrada, junto ao muro e ao posto fronteiriço que separa “as duas realidades” observamos uma grande placa em inglês “proibida a entrada de cidadãos israelitas” e o nosso guia fica à entrada. Ultrapassada a “linha divisória”, temos o caos no trânsito. Dezenas de carros disputam entre si o pouco espaço disponível para transitar e estacionar. Depois das “tradicionais” compras, o almoço num restaurante árabe cristão. Pequena minoria que tenta sobreviver num território hostil. Depois de almoço, visita da Igreja da Natividade e da Gruta do nascimento de Jesus. Momento alto sem dúvida. A Igreja da Natividade é das que conserva (apesar das reconstruções) a sua traça original, das mais antigas e bem preservadas. Até o pavimento posto a descoberto é o original com séculos de história. A igreja, sob custódia dos ortodoxos gregos, apresenta uma decoração muito diferente daquela a que estamos habituados a ver, com a sua típica iconografia. A Gruta, por debaixo da igreja, é um espaço exíguo no qual tentam circular de forma ordenada “bandos” de turistas ávidos de viver aquele momento. E todos colocam a sua mão na estrela de prata cravada no chão, balbuciando palavras que só os próprios entendem. Saímos, empurrados pela “enchente” que vem atrás de nós e observamos mais atentamente a igreja. É mesmo original, tal como original é a porta que lhe dá acesso. Entrada mandada tapar em parte, para evitar os assaltos, com uma enorme pedra no chão à entrada e com uma pedra superior rebaixada, para que todos a tenham que transpor, curvados para poder entrar. Há séculos foi feita assim e há séculos que se mantém. Ao lado visitamos a Igreja de Santa Catarina, de onde anualmente se faz a transmissão da Missa do Galo.
Regressamos a Jerusalém e à noite depois do jantar, fazemos uma visita pela cidade. O Muro das Lamentações, o antigo Mercado de Frutas e Legumes transformado num moderno Centro Comercial ao ar livre numa pujante vida noturna, a zona das esplanadas e bares e a Rua Yafo. Espaços muito aprazíveis em tudo semelhantes a qualquer metrópole europeia.
6º DIA
Pela manhã, passagem pelo Monte Scopus onde se situa a Universidade Hebraica de Jerusalém (com cinco prémios Nobel) e ida até ao Monte das Oliveiras onde observamos mais uma vez a Cidade Velha. Visita da Capela da Ascenção no topo deste Monte e descida a pé do Monte das Oliveiras em direção ao Vale de Jofá. Visita da Igreja do Pater Noster (local onde Jesus terá ensinado o primeiro Pai Nosso aos discípulos), continuação da descida e visita da Igreja de Dominus Flevit com observação da imensa necrópole adjacente. Continuação da descida e visita da Igreja das Nações e do Túmulo da Virgem. Passagem pelos Jardins de Getsenami e visita da Gruta da Traição sob custódia dos ortodoxos gregos. Almoço num restaurante de cozinha tradicional no Monte Sião junto ao muro da Cidade Velha. Depois de almoço, entrada na Cidade Velha pela Porta de Sião, com as pedras do muro cravejadas de buracos de balas a evocar tempos mais conturbados. Passagem pelo Bairro Arménio, visita da Igreja da Dormição e visita ao Cenáculo (lugar da Última Ceia), local sagrado para várias religiões e visita ao Túmulo do Rei David. Continuação da visita passando pelo Bairro Judeu e observação das ruínas do antigo Cardo, principal via de comunicação da era Bizantina. Passagem pela réplica do Antigo Candelabro existente no 2º Templo da época de Herodes e que foi levado para Roma para ser exibido como troféu. Peça imponente, executada em madeira maciça revestida a ouro e protegida por uma enorme campânula de vidro. Visita do Muro das Lamentações observando as suas regras – homens do lado esquerdo, mulheres do lado direito, entrando os homens sempre de cabeça coberta. Visita do túnel junto ao muro, acessível apenas para os homens, o local mais sagrado, no qual se ora 24 horas por dia. O acesso a todo este recinto é vigiado noite e dia, sendo o controle de segurança bastante apertado. No regresso ao hotel, passagem pelo bairro muçulmano, saindo pela Porta de Damasco (a mais vistosa). À noite, nova passeata pelas zonas mais movimentadas.
7º DIA
Pela manhã, entrada na Cidade Velha pela Porta das Flores e início da Via Sacra. Visita da Igreja de Santa Ana com a sua admirável acústica e nas imediações, vista das Piscinas Probáticas e das inúmeras ruínas das diferentes épocas. Visita ao Litostrotos e locais onde Jesus Cristo terá passado à 2000 anos atrás. Visita das ruínas da rua desse tempo, vários metros abaixo da atual rua, com os seus inúmeros vestígios de diferentes épocas. Percurso pelas diferentes ruas da Cidade Velha reconstituindo a Via Sacra original e relatando as diferentes estações. Chegada ao tão ansiado Santo Sepulcro e entrada pelas igrejas/capelas copta e ortodoxa grega. Visita pormenorizada do Santo Sepulcro – o local mais sagrado para a cristandade – e dos seus vários setores entregues às várias correntes cristãs, que disputam entre si, a palmo, este local sagrado. Uma miscelânea indescritível de construções, alterações, edificações, decorações, escadarias, locais diversos de culto que tentam conviver da melhor maneira no mesmo espaço. Ferozes disputas entre cristãos durante séculos sobre a posse da igreja foram resolvidas por um decreto otomano de 1852, ainda em vigor e conhecido por Status Quo. Este decreto divide a custódia entre Arménios, Gregos, Coptas, Católicos Romanos, Etíopes e Sírios, sendo algumas áreas administradas em conjunto. Todos os dias, a igreja é destrancada por um guarda-chaves muçulmano – intermediário neutro – sendo esta tarefa cerimoniosa feita pela mesma família há várias gerações. Outra particularidade é a porta de entrada. Originalmente tinha duas portas, mas aquando da ocupação otomana uma das portas foi “fechada” com pedra, permanecendo até hoje assim. Após o almoço, servido no Bairro Arménio, o grupo preencheu parte da tarde nas tradicionais compras nos labirínticos bairros da Cidade Velha.
8º DIA
Saídos do hotel, visitámos o Museu do Holocausto, Yad Vashem, local extraordinário e de visita obrigatória, considerado por muitos, um dos pontos altos da viagem. No edifício principal pudemos testemunhar parte da história do povo judeu na Europa de Leste, o seu percurso ao longo dos tempos, a ascensão do nazismo na Alemanha e as atrocidades cometidas contra o povo judeu, não só pelos nazis mas também por outros, que colaboraram ativamente no extermínio dos judeus, nomeadamente os cristãos polacos. Mas se o povo judeu não esquece quem lhe fez mal, também não esquece quem lhe fez bem. E foi com emoção que vimos a imagem de Aristides de Sousa Mendes e a homenagem que lhe é prestada nesse museu. Uma obra magnífica e que a todos sensibiliza, sobretudo a enorme sala final onde estão reunidos os nomes dos milhões de judeus que foram assassinados e o espaço em branco, para aqueles que ainda falta identificar, pois populações houve que foram totalmente “apagadas” do mapa, não restando qualquer vestígio. Outro aspeto curioso observado foi a quantidade de militares (possivelmente recrutas) que visitavam o Museu e ouviam atentamente as explicações que lhes eram dadas. É que um povo sem história, não terá grande futuro, e eles de certeza terão. Visitámos o Memorial das Crianças que morreram no holocausto e observámos as centenas de árvores plantadas em homenagem aos que ajudaram os judeus – e lá estava Oskar Shindler e a sua árvore. Terminada a visita, almoçámos num kibutz às portas de Jerusalém e dirigimo-nos para Tel Aviv. Cidade nova, edificada a partir do início do século XX, quando meia dúzia de famílias judias compraram uma extensão de terra sem nada, a norte da cidade de Jafa e nela recomeçaram as suas vidas. Hoje é uma grande metrópole onde se situam todas as embaixadas, inúmeras empresas internacionais, cidade moderna e capital financeira do país. Depois de percorrermos as principais artérias e a zona da imensa praia dirigimo-nos a Jafa, cidade com mais de 4000 anos de história. Visitámos o local da casa de Simão a igreja de S. Pedro e a escadaria onde Napoleão terá executado mais de 3000 opositores aquando da invasão da Palestina pelas suas tropas. Depois de “refrescar” os pés nas cálidas águas do mediterrâneo daquela imensa praia, visitámos a zona mais antiga de Tel Aviv com as suas construções do início do século XX de Arte Nova e Bauhaus e o tradicional mercado de frutas e legumes. Terminada a visita e depois de um passeio à beira-mar, jantámos a última refeição na Terra Santa em Jafa. Depois do jantar, dirigimo-nos para o aeroporto para embarcar de regresso a Portugal.
9º DIA
Já passava da 1h00 quando embarcamos, depois de cumpridas as rigorosíssimas medidas de segurança. Próxima escala, Bruxelas, o voo é durante a noite, durante a qual tentamos dormitar qualquer coisa e/ou sonhar com tudo aquilo que acabámos de viver. Chegados a Bruxelas, segue-se um compasso de espera para apanharmos o voo de ligação a Lisboa. Aproveita-se o tempo para esticar as pernas, passar “pelas brasas” ou fazer algumas compras no free shop do aeroporto. Chegamos finalmente a Lisboa onde o autocarro nos espera para regressarmos à Beselga. À hora do jantar estamos em casa, cansados, mas com o espírito repleto de vivências extraordinárias. A satisfação generalizada de todos quantos participaram nesta aventura é incontestável.
E antes de terminar a viagem, foi logo anunciada a próxima.
No próximo ano iremos até à Ilha da Madeira. Aproveitaremos o feriado do 10 de junho (que calha numa 3º feira) e iremos dias 7, 8, 9 e 10 de junho (sábado, domingo, segunda e terça) visitar a Pérola do Atlântico. Serão mais 4 dias de viagem e de convívio, sendo que mais de metade dos participantes deste ano já se inscreveram para a próxima viagem.
Mais Atividades
XIX Maratona de BTT
- baixa/média/alta
- 2-4h
- 1000
XIII Caminhada Noturna
- baixa - média
- 3h
- 200
IX Caminhada de Beselga a Freixinho
- baixa - média
- 2-3h
- 150
Viagem à Albânia Bósnia Montenegro
- 8 dias
- 50